O que é Piso Elevado?
Piso elevado, também conhecido como piso falso, é um sistema formado por placas modulares removíveis apoiadas sobre estrutura metálica, que possibilita a elevação do ambiente com a criação de um vão livre entre o contrapiso e o piso. O vão pode ser utilizado para a passagem de cabeamentos, instalações elétricas e telefônicas, tubulações hidráulicas, dutos de ar-condicionado e semelhantes.
Seu uso é comum em ambientes corporativos, salas técnicas e escritórios modernos devido sua facilidade para adaptação do layout do ambiente, principalmente em casos de projetos sujeitos a posteriores alterações, sendo bastante indicado para reformas e retrofit.
Preço
De acordo com pesquisa realizada com profissionais e no mercado, o preço do piso elevado, considerando materiais e execução, pode variar entre R$100 a R$250 por metro quadrado, dependendo da região, altura acabada e materiais utilizados.
Vantagens e Desvantagens
Com o desenvolvimento desta solução construtiva, as vantagens inicialmente existentes se intensificaram resultando em outras, sendo algumas delas:
- Durabilidade;
- Sustentabilidade;
- Instalação rápida e limpa;
- Resistência a altas cargas verticais;
- Facilidade de limpeza;
- Inovação estética, possibilitando alterações;
- Possibilita a correção de irregularidades no piso;
- Alguns materiais oferecem isolamento térmico e acústico;
Todavia, também há desvantagens, como:
- Custo elevado;
- Manutenções periódicas;
- Necessita de profissionais especializados;
- Sua instalação e alteração deve ser prevista previamente no projeto;
- Complexa montagem e desmontagem;
- Dependendo do material o peso pode ser elevado, além de serem mais sujeitos à corrosão.
Montagem e Instalação
A execução do piso deve ser realizada somente após a finalização das demais etapas da obra, incluindo a pintura, sendo fundamental que a marcação referente aos pedestais sejam realizadas antes da instalação, evitando interferências oriundas de outros elementos construtivos como tubulações e afins.
Além disso, a superfície sob a qual será disposto o piso elevado deve ser totalmente fixa e regular, sem a presença de trincas, umidade e ondulações ou entulhos e resíduos da obra.
Com as marcações já dispostas, atentando-se a níveis mais baixos como soleiras e áreas molháveis, inicia-se a inserção dos pedestais, objeto cuja composição pode ser de PVC ou de metal, ficando a critério do fabricante a especificação dele.
Posteriormente, se inicia a colocação das placas do piso, sendo fundamental atentar-se ao nivelamento, recomenda-se o uso conjunto com gabarito e uma linha de nylon para orientar a instalação.
Em posição paralela a inicial, as demais placas do piso são dispostas nos locais determinados sem inclinações em relação a primeira, sempre observando atentamente o nivelamento.
É importante ressaltar que, para áreas molhadas como, banheiros, cozinhas e vestiários, deve haver uma impermeabilização prévia da laje junto a um revestimento composto de argamassa polimérica. Além disso, a utilização desse sistema construtivo sob terra de jardim exige uma maior atenção do projetista pela dificuldade de manutenções constantes.
Tipos de Piso Elevado – Revestimento
A utilização de pisos elevados é datada desde a época do Império Romano, nas termas, dado que alguns ambientes eram aquecidos através do insuflamento de ar pelo vão livre existente entre os pisos. No Brasil, sua introdução ocorreu entre a década de 60 e 70 como resultado do desenvolvimento tecnológico, principalmente graças a invenção do computador, visto que os primeiros equipamentos necessitavam de vários cabos e manutenção constante para seu funcionamento.
No final do século os projetos arquitetônicos se depararam com a necessidade de desenvolvimento de um sistema eficiente e confortável que possibilitasse a adaptação de salas comerciais de forma mais rápida e menos onerosa, ampliando a aplicação de pisos elevados nos ambientes.
Como consequência, o sistema também sofreu adaptações e novas soluções surgiram com o tempo, sendo disponibilizado em materiais como:
- Aço;
- Laminados;
- Carpetes;
- Concreto;
- Vinílicos;
- Emborrachados;
- Polipropileno;
- Pedras;
- Materiais reciclados.
O material a ser utilizado no piso elevado é definido de acordo com os elementos presentes no vão livre, por exemplo, em casos onde há a presença de dutos de ar condicionado recomenda-se o uso de pedras ou outro material que não seja prejudicado por intempéries resultantes da umidade. Para áreas externas não se recomenda o uso de piso composto por aço, visto que esse material ficará sujeito à oxidação.
Seu uso em habitações residenciais ainda é restrito devido ao seu custo e finalidade, visto que essas edificações normalmente não possuem elementos de cabeamentos e dutos em grande quantidade. Porém, apartamentos de alto padrão com uma sofisticada demanda de tecnologia já optam pelo seu uso em salas de estar e semelhantes.
Tipos de Piso Elevado – Estrutura
Com a difusão de seu uso, surgiu a necessidade da elaboração de normas que regularizassem a sua utilização. Em 1991 foi criada a NBR 11802, que contemplava de forma geral os pisos elevados no que refere a sua adequação para uso, além disso especificava os dois tipos de pisos existentes, sendo eles:
Estruturas Contraventadas
Sistema composto por conjunto de longarinas, unidos entre si através de suportes telescópicos, metálicos e anticorrosivos, fazendo com que a estrutura resiste a cargas horizontais
Estruturas com Placas Autotravantes
Sistema auto travado, nas quais as placas resistem a cargas horizontais e verticais, através do suporte dado por telescópicos.
Como requisito dado pela norma, o sistema deve resistir a uma carga horizontal concentrada de 1500N, sendo aceitável deslocamento máximo de 6mm. Além disso, devem ser consideradas as condições as quais o ambiente estará sujeito, de forma que:
- Escritório: não exigem contraventamento;
- Centro de Processamento de Dados: para esses ambientes é recomendado pisos com uma altura de 30cm que não seja revestido com carpete e que disponha de uma estrutura aterrada.
- Locais Especiais: recomenda-se que o material utilizado na placa não seja aquele que possibilite o desprendimento de partículas e que se opte, preferencialmente, por aquelas de metal galvanizado, além de possuir contraventamento especial assegurando a integridade do piso.
Além disso, há normas específicas em função do material presente na composição do piso, como a NBR 15805 que diz respeito aos pisos elevados de placas de concreto, geralmente, utilizados em áreas externas.
A norma define que as placas de concreto podem ser compostas por camada única ou camada estrutural junto ao revestimento, sendo a escolha dada em função do projeto elaborado. O concreto utilizado na confecção das placas deve atender a proporção água/cimento de 0,45, sendo esse o valor máximo, e devem sofrer adensamento mecânico.
Solução Sustentável
Com os avanços do sistema construtivo, alguns materiais utilizados na composição das placas dos pisos elevados podem ser oriundos da reutilização de materiais, como borracha advindas de pneus ou pisos vinílicos feitos de PVC reciclável.
Evidentemente, esses materiais apresentam especificações e cuidados próprios por ser um insumo reaproveitado, cuja a qualidade pode se apresentar variável dependendo da finalidade do usuário. Todavia, diante de um estudo e análise correta realizada pelo projetista, pisos compostos de materiais recicláveis podem ser uma opção extremamente viável e econômica.
Além disso, uma outra possível solução sustentável é a aplicação do piso em áreas externas junto a um sistema coletor de água oriunda da chuva, responsável por transportá-la para local adequado para tratamento ou armazenamento, cujo destino é consumo próprio, podendo ser utilizada para limpeza ou até mesmo irrigação de jardim e plantas.
Referências
- Normas Técnicas
- NBR 11802 – Pisos Elevados – Especificação
- NBR 12048 – Pisos Elevados – Determinação da Resistência às Cargas Verticais Concentradas – Método de Ensaio
- NBR 12516 – Pisos elevados – Simbologia
- NBR 15805 – Pisos Elevados de Placas de Concreto – Requisitos e Procedimentos