Impermeabilização de Laje

Para que serve a Impermeabilização de Laje?

A execução da impermeabilização serve para garantir a estanqueidade da laje da cobertura, ou seja, ela impede que haja a penetração ou a passagem de fluidos através de si, evitando algumas patologias que podem comprometer a durabilidade da estrutura, como infiltrações, descascamento de pintura, mofo, entre outros. Ela é imprescindível durante a execução das coberturas residenciais.

Impermeabilização de Laje

A impermeabilização da laje é feita a partir da aplicação de produtos específicos, que variam de acordo com as características do local e as solicitações impostas pelo fluido, orientada pelas normas NBR 9574 (Impermeabilização – Seleção e Projeto) e NBR 9575 (Execução de impermeabilização). Também variam segundo o tipo de laje, que pode ser transitável (como terraços) ou não.

Tipos de Impermeabilização

A fim de assegurar o bom desempenho do sistema de impermeabilização, devemos conhecer quais são os tipos existentes, e assim, determinar qual é o mais indicado conforme as necessidades do projeto.

De acordo com a NBR 9575, podemos classificá-la em dois tipos: impermeabilização do tipo rígido e impermeabilização do tipo flexível. Elas podem ser aplicadas nas mais diversas estruturas, como: alvenaria, concreto, fibrocimento ou fibra sintética, gesso acartonado, madeira, metal, plástico e solo.

A impermeabilização rígida não suporta a movimentação da estrutura e por isso é indicada para estruturas não sujeitas à fissuração ou a deformações consideráveis. Ela é executada misturando-se aditivos na argamassa tradicional. São indicadas para subsolos, piscinas, muros de arrimo, entre outros. Como ela não é aconselhada para execução de lajes, não entraremos em mais detalhes.

De outro modo, a impermeabilização flexível é recomendada para estruturas sujeitas à fissuração, uma vez que os produtos possuem a capacidade de se alongar e absorvê-la. A NBR 9575 cita mais de 15 produtos que podem ser utilizados, entre eles a membrana acrílica, a manta asfáltica e a de PVC, que são bastante usuais no Brasil.

O tipo adequado de impermeabilização a ser empregado na construção deve ser determinado a partir da solicitação imposta pelo fluido, que são quatro, mencionados na NBR 9575:

  • Imposta pela água de percolação: devido à chuva ou lavagem em terraços, jardins suspensos e pisos de banheiros.
  • Imposta pela água de condensação: umidade em superfícies expostas ao vapor, como salas de caldeiras, casas de calefação e banheiros.
  • Imposta pela umidade do solo: presente em construções ao nível do solo, como pisos residenciais e muros de arrimo.
  • Imposta pelo fluido sob pressão unilateral ou bilateral: ocorre em piscinas, boxes de banheiro e subsolos.

As lajes de cobertura e terraços sofram ação da água de percolação, e a norma recomenda a utilização de membranas asfálticas, de polímero, elastômeros, entre outros, além de orientar a preparação do substrato, a aplicação do produto e a consequente proteção do mesmo.

Projeto de Impermeabilização

O projeto básico de uma impermeabilização de laje deve ser feito para os mais variados tipos de obra, desde residenciais até industriais, por um profissional credenciado, seguindo as definições da NBR 9575.

Ela deve ser projetada de modo a garantir a estanqueidade da estrutura, evitando a passagem de fluidos, com o objetivo de proteção contra o intemperismo, aumento da durabilidade e, consequentemente, prolongamento da vida útil da estrutura, também proporcionando conforto e salubridade aos usuários. Além disso, o projeto de impermeabilização auxilia na preservação do meio ambiente através do impedimento de possíveis vazamentos de fluidos contaminados.

O projeto ainda deve atender algumas exigências, como resistir à cargas estáticas e dinâmicas, aos efeitos do movimento de dilatação e retração do substrato, à degradação pela ação do intemperismo e apresentar aderência, flexibilidade, resistência e estabilidade.

Patologias

É extremamente comum observarmos patologias em estruturas de concreto devido à falta de impermeabilização, especialmente em lajes de cobertura e terraços. A falta de detalhamento adequado, falhas na execução e uso de materiais de baixa qualidade podem provocar diversas consequências (e muita dor de cabeça!). As patologias mais comuns de ocorrer são:

  • Infiltração: os primeiros sinais de infiltração na laje são bolhas na pintura, manchas pretas, mofo e descascamento da pintura.
  • Desgaste: ocasionado principalmente pela ação do intemperismo, ou seja, em estruturas ao ar livre onde haja a ação de chuva, vento, insolação e umidade.
  • Descolamento de revestimento: ocorre em virtude da perda de aderência do substrato, que pode atingir o reboco, tinta, gesso e até o revestimento.
  • Mofo: causado pela infiltração, o mofo ocorre a partir da presença de umidade, baixa temperatura e modificação do pH da estrutura.

Escolher o produto indicado para a situação, executar de maneira correta e por profissionais qualificados é fundamental para assegurar o desempenho do impermeabilizante. Portanto, deve-se atentar a essas etapas, uma vez que reparar os danos causados irá pesar muito mais no bolso do que investir na prevenção deles.

Detalhes Construtivos

A norma NBR 9575 estabelece algumas condições específicas para a execução da impermeabilização:

  • Inclinação de substratos de no mínimo 1% em áreas horizontais em direção aos coletores de água – salvo calhas e áreas internas, cujo valor mínimo permitido é de 0,5%.
  • Em locais de divisão de áreas internas e externas impermeabilizadas, deve haver a diferença de cota de no mínimo 6 cm, além de uma barreira física no limite.
  • Tubulações de elétrica, hidráulica e gás que passem paralelamente sobre a laje devem ser executadas sobre a impermeabilização e nunca sob ela.
  • Onde houver desvão, deve-se impermeabilizar a laje superior e a inferior também.

Execução

A NBR 9574 estabelece as exigências e recomendações para a execução de impermeabilizações. Como mencionado anteriormente, a norma apresenta diversas opções de produtos que podem ser aplicados em lajes, porém, falaremos somente sobre três delas, que são as mais utilizadas.

Membrana Acrílica (Manta Líquida)

Membrana Acrílica
Membrana Acrílica

É bastante utilizada em reformas, devido a facilidade de aplicação, com secagem rápida. Esse produto é mais barato em comparação aos outros, mas exige manutenção mais frequente. Entretanto, a membrana acrílica não oferece resistência mecânica, e por isso deve ser utilizada em lajes não transitáveis.

A manta líquida é aplicada como pintura, com rolo de lã de carneiro, trincha ou brocha, incorporada a uma tela estruturante de reforço, normalmente em poliéster.

Manta Asfáltica

Manta Asfáltica
Manta Asfáltica

É o sistema de impermeabilização de laje mais tradicional no Brasil. Consiste em um material asfáltico, em forma de “tapete”, com estruturantes de fibra de vidro ou poliéster, comercializado em rolos de 1 m de largura. Necessita mão-de-obra especializada, mas é de fácil execução e tem custo baixo.

As bobinas são desenroladas diretamente no local onde serão aplicadas. A aplicação é feita com auxílio de maçarico, que aquece a manta e providencia a aderência na laje. A norma ainda cita outros métodos de aplicação, como com asfalto a quente, com adesivos ou de maneira autoadesiva.

Manta de PVC

Manta de PVC
Manta de PVC

A manta de PVC é uma novidade no Brasil e surgiu como uma alternativa muito mais eficiente e prática para a tradicional manta asfáltica. Ela é altamente resistente às intempéries e possui desempenho maior que as mantas líquidas ou asfálticas, tendo alta durabilidade e vida útil de duas a três vezes maior que as demais opções.

A aplicação demanda profissionais especializados, pois é feita através de soldagem das emendas. A instalação é simples, prática e limpa.

É importante salientar que cada produto possui composições, características e maneiras de aplicação diferentes, então recomenda-se a consulta dessas informações nas fichas técnicas disponibilizadas pelo fabricante.

Referências