Manutenção Preventiva – Exemplos e Tipos

O que é Manutenção Preventiva?

A manutenção preventiva é um tipo de manutenção que busca evitar que peças e equipamentos apresentem defeitos.

Diferentemente da manutenção corretiva, ela é programada e aplicada antes da ocorrência de irregularidades, periodicamente, de acordo com a vida útil do componente, de modo a reduzir a probabilidade de falha do seu funcionamento.

Ela é organizada com base no tempo e nas condições para manter o equipamento funcionando, e é feita mesmo que ele não apresente problemas.

Homem Fazendo Manutenção Preventiva

O principal objetivo desse tipo de procedimento é determinar, antecipadamente, a necessidade de manutenção do equipamento e evitar interrupções inesperadas na operação, prolongando a durabilidade do equipamento.

A NBR 5462 – Confiabilidade e Mantenabilidade, apresenta algumas definições importantes relacionadas aos três tipos de manutenção (a preventiva, a corretiva e a preditiva). Se você quer saber mais sobre a diferença entre eles, clique no link e leia o nosso artigo sobre.

Conceitos de Manutenção

Para organizar uma manutenção preventiva eficaz, é fundamental conhecer alguns conceitos relacionadas ao desempenho dos equipamentos em análise, tal qual a NBR 5462 cita:

Eficácia

É a capacidade do componente em atender a demanda de serviço.

Durabilidade

Refere-se à vida útil do componente e sua capacidade em desempenhar a função requerida, sob certas circunstâncias.

Dependabilidade

É a qualidade do serviço fornecido pelo componente e a confiança depositada nele.

Capabilidade

É a capacidade do componente em atender a demanda de serviço, do ponto de vista quantitativo.

Disponibilidade

É a capacidade do componente estar em condições de operar em um dado instante.

Confiabilidade

É a capacidade do componente em desempenhar suas funções sob certas circunstâncias em um dado intervalo de tempo.

Mantenabilidade

É a capacidade do componente em ser mantido em condições de executar suas funções requeridas, sob condições especificadas.

Desempenho do Suporte de Manutenção

É a capacidade do suporte de manutenção em prover os recursos necessários para garantir o bom funcionamento do componente.

Defeito, falha ou pane?

Além dos conceitos apresentados, a norma destaca a diferença entre defeito, falha e pane. O defeito é qualquer desvio de conduta de um componente. A falha é quando o componente já não apresenta mais condições de desempenhar a sua função, e está relacionada a um evento. A pane difere-se da falha por ser um estado, que ocorre após o evento da falha.

A NBR 5462 ainda menciona o erro, que está relacionado à diferença entre uma condição analisada e uma condição especificada.

Esses conceitos são fundamentais para a elaboração de um plano de manutenção preventiva, uma vez que, para solucionarmos um problema, devemos antes conhecer as razões que o causaram. Avaliar a eficácia, a durabilidade e a mantenabilidade do equipamento é essencial para entender melhor quais procedimentos devem ser adotados para realizar as devidas manutenções.

Exemplos de Manutenção Preventiva

Um exemplo bastante comum deste tipo de manutenção são as chamadas “paradas” das fábricas e indústrias. Uma vez ao ano, todos os setores das fábricas param a sua produção para receber manutenção, onde são feitos os serviços de limpeza, substituição de peças e melhorias no local, a fim de antecipar as falhas que podem surgir e, principalmente, evitar interrupções inesperadas. Essa atividade demanda bastante organização e um cronograma bem definido.

Outro exemplo desse tipo de manutenção é a pintura residencial, que tem por objetivo proteger a edificação das infiltrações e possíveis mofos. Antecipando a pintura do imóvel, estamos descartando a necessidade de gasto e trabalho com o tratamento dessas patologias.

Além disso, podemos observar a manutenção preventiva na revisão de um carro, por exemplo, onde são feitas a troca do lubrificante e do filtro do óleo, bem como a verificação do motor, das mangueiras, freios, entre outros. Dessa forma, estamos prevenindo a ocorrência de falhas, que nesse caso específico, pode impedir um grave acidente e salvar vidas.

Custo da Manutenção Preventiva

Em um primeiro momento, a manutenção preventiva pode parecer mais cara que a corretiva, pois demanda mão de obra especializada, muita organização da equipe e um bom planejamento.

Entretanto, a longo prazo, pode-se afirmar que ela possui maior custo-benefício, uma vez que prolonga a vida útil de um equipamento, poupando a necessidade da substituição deste por um novo. Além disso, ao prevenir falhas nos equipamentos, estamos minimizando prejuízos decorrentes de interrupções inesperadas na produção.

Imagine que determinada peça de um equipamento pare de funcionar e, por consequência, pare toda a cadeia de produção. Produção parada significa prejuízo! Assim sendo, é preciso correr contra o tempo para substituir essa peça, entretanto, suponha que ela está em falta na cidade e só está disponível sob encomenda.

Quanto maior a demora para a chegada da peça, mais tempo a produção ficará parada e mais prejuízo terá. Além disso, ao não fazer orçamentos para a compra da peça devido à urgência, o valor pode sair muito mais alto do que o comum.

Como fazer um Plano de Manutenção Preventiva?

Antes de tudo, deve-se fazer um levantamento de dados acerca das máquinas e equipamentos existentes, bem como o histórico de substituição de peças, manutenções corretivas, falhas, entre outros. Busque montar um padrão e entender a necessidade de manutenção de cada equipamento. Também é interessante analisar quais máquinas são prioridade e que não podem ficar paradas, de forma que não comprometam a produção.

Prossiga com a aplicação de um checklist de manutenção, onde sejam verificadas informações de cada parte do equipamento, como painéis elétricos, mangueiras, cabos e lubrificantes, por exemplo. Se algum item não estiver conforme, deixe registrado qual o problema encontrado e como solucioná-lo.

Em seguida, deve-se realizar o orçamento da manutenção, fazendo um levantamento de todos os gastos necessários para a execução do projeto. É fundamental analisar os custos dos materiais que serão utilizados, da equipe que irá executar a atividade e da logística do plano.

Por fim, elabora-se o cronograma do projeto, definindo as datas e alocando os colaboradores para as atividades. Essa é uma etapa muito importante, pois irá definir toda a gestão do projeto, e eventuais atrasos podem gerar custos. A priorização pode ser feita através da Curva ABC, utilizando as informações levantadas.

Uma vez que o plano de manutenção tenha sido aplicado, basta acompanhá-lo, realizando relatórios de cada atividade feita e anotando informações úteis. A partir disso, é possível elaborar indicadores de produtividade, introduzindo metas de produção e analisando atividades que podem ser melhoradas, sempre buscando o aperfeiçoamento do sistema.

Referências