Forro de Gesso – Execução, Tipos e Aplicação

O que é Forro de Gesso?

O forro de gesso é um tipo de acabamento bastante utilizado para embutir iluminação, rebaixar o teto e esconder tubulações elétricas e hidráulicas em edificações residenciais e comerciais. É o tipo de forro mais prático de indicado para quem deseja melhorar o conforto e estética do ambiente a um preço acessível.

Luzes Embutidas em Forro de Gesso
Luzes Embutidas em Forro de Gesso (Pinterest)

É um sistema composto por chapas de gesso, fixadas por parafusos (tipo drywall) ou por simples encaixe (tipo convencional) e sustentadas por amarrações, que ao receber o acabamento, proporciona uma estética elegante e funcional.

Tipos de Forro de Gesso

Forro de Gesso Acartonado (Drywall)

É um sistema de componentes formado por chapas de gesso para drywall, estruturado em perfis de aço, e fixado através de parafusos, sustentado por tirantes. Esse sistema proporciona elevada resistência à tração e à compressão, e ainda, oferece isolamento acústico através da lã mineral presente no miolo das placas. As chapas de gesso podem ser encontradas em três tipos: a Standard, a Resistente à Umidade e a Resistente à Fogo.

Placa de Drywall Standard

O forro de gesso acartonado, embora seja uma estrutura relativamente leve, é bastante resistente, suportando mais peso que o gesso convencional. A execução desse sistema construtivo é rápida, limpa e sem desperdícios, e por não sofrer efeitos da dilatação, pode ser instalado em diversos ambientes. Além disso, a lã de vidro presente no miolo das placas do drywall proporciona um bom isolamento térmico e acústico.

Forro de Gesso Convencional

Também conhecido como “forro de gesso de plaquinha”, esse sistema é feito através do encaixe de pequenas placas de gesso, normalmente de dimensões 60 x 60 cm, suspensas por arame e emendadas por massa de gesso. É um sistema bastante utilizado no Brasil, pois é barato e de simples instalação, mas nos últimos anos, vem perdendo espaço para o forro de gesso acartonado.

Forro de Gesso Convencional

O gesso convencional, apesar de ser o método mais utilizado no Brasil, demanda muito mais tempo para ser instalado e gera bastante sujeira. O material não possui propriedades de dilatação, portanto, está sujeito a trincas e fissuras na ocorrência de mudanças na temperatura. O gesso convencional, com o tempo, é mais suscetível ao amarelamento, aparecimento de mofo e outras patologias construtivas.

Aplicação

Embutimento de Iluminação

Muito utilizado hoje, esse método permite embutir diversos pontos de luz no gesso, criando uma iluminação suave e focada em determinadas áreas do cômodo. É possível ainda instalar fitas LED no contorno do forro, dando um aspecto bem moderno ao ambiente.

Rebaixamento de Teto

É feito para reduzir o pé-direito de um ambiente através da instalação do forro de gesso. O rebaixamento de teto serve como uma alternativa para deixar o ambiente mais proporcional e aconchegante. Dependendo do projeto, também pode proporcionar cômodos com diferentes alturas.

Ocultação de Tubulações, Fiação e Eletrodutos

Outra razão para utilizar o forro de gesso é para esconder as tubulações existentes, que acabam deixando o ambiente com estética desagradável, caso não tenham sido planejadas para ficarem expostas. Além disso, o forro de gesso pode cobrir vigas que, porventura, passem no meio do cômodo, dando uma maior sensação de integração entre os ambientes.

Isolamento Térmico

Além da estética, a utilização de forro de gesso permite melhorar as condições de temperatura do ambiente e reduzir o gasto com ar condicionado. A utilização do forro cria uma barreira de ar, contida entre o forro de gesso e a laje, que dificulta a troca de calor entre os pavimentos. O isolamento é mais perceptível no último pavimento, que normalmente sofre com a insolação direta sobre a laje de cobertura ou telhado.

Além da camada de ar, ainda é possível melhorar o isolamento com a utilização de lã de rocha ou lã de vidro.

Isolamento Acústico

De forma semelhante à técnica utilizada nas janelas acústicas, o forro de gesso se comporta como uma barreira contra a propagação de sons em função da alternância do meio de propagação (ar, gesso, ar) e absorção de parte do ruído no elemento, juntamente com a camada de ar criada entre a laje e o forro. O isolamento pode ainda ser amplificado com a utilização de lã de rocha ou lã de vidro, assim como no isolamento térmico.

Execução

Forro de Gesso Acartonado (Drywall)

Antes do início da montagem do sistema de forro, alguns requisitos devem ser verificados, como a compatibilização do projeto, o dimensionamento da laje para sustentação do forro, o posicionamento das instalações hidráulicas, elétricas e de ar condicionado e o acabamento da região de encontro com o forro.

Sequência de Montagem para o Forro Estruturado

A norma recomenda a execução desse tipo de forro com chapas de gesso com largura de 120 cm. Primeiro, é feita a marcação da estrutura do forro, considerando o nível do forro acabado para a fixação da estrutura. A fixação dos perfis deve ser feita, no máximo, a cada 60 cm. Então, os tirantes devem ser presos no suporte com arame nº 10 (3,4 mm) de aço galvanizado.

As emendas dos perfis tipo ômega podem ser feitas por meio de sobreposição com transpasse mínimo de 15 cm, fixados com pelo menos dois parafusos, ou por sobreposição de um perfil de 30 cm centralizado, fixado com pelo menos quatro parafusos. Para as emendas das canaletas C, utiliza-se a peça de conexão.

Prossegue-se com a fixação das chapas de gesso, preferencialmente, perpendiculares à estrutura do forro. Deve-se parafusar as chapas aos perfis com espaçamento de 30 cm no máximo, e no mínimo 10 cm da borda da chapa.

Sequência de Montagem para o Forro Aramado

A norma recomenda a execução desse tipo de forro com chapas de gesso com largura de 60 cm. É feita a marcação do nível do forro em todo o perímetro e o posicionamento dos tirantes a serem fixados. Os tirantes dos forros aramados são compostos por duplo arame nº 18 (1,25 mm) em aço galvanizado e são fixados utilizando-se os dispositivos compatíveis.

É feita a colocação das junções “H”, que devem ser espaçadas no máximo a cada 50 cm, no sentido do comprimento das chapas. Deve-se encaixar as junções “H” nas bordas rebaixadas das chapas, ligando-as entre si. É feito o ajuste do nível do forro e a amarração das chapas de gesso, dispondo sempre de uma junção “H” no encontro das juntas.

Por fim, as nervuras devem ser posicionadas a cada 50 cm, junto às junções “H”, perpendiculares ao comprimento das chapas de gesso e chumbadas verticalmente com massa de colagem.

Sequência de Montagem para o Forro Removível

Primeiramente, marca-se o nível do forro em todo o perímetro do ambiente. A estrutura periférica deve ser fixada a cada 60 cm, no máximo. A fixação dos tirantes deve ser feita de forma compatível com o suporte, espaçados em função do peso do forro e do tipo da estrutura utilizada. Recomenda-se ver o Anexo A da NBR 15758-2, que especifica essas informações.

A montagem da estrutura é feita colocando-se os reguladores nos tirantes para receber as longarinas. Então, os perfis longarinas são instalados. Deve-se observar a compatibilização da estrutura com o peso do forro. A execução das emendas deve seguir as especificações da norma, conforme o perfil a ser utilizado.

É feito o lançamento dos perfis travessas apoiados nos perfis e longarinas, espaçados conforme a modulação do forro. A união dos perfis longarinas e travessas pode ser feita com perfis clicados apoiados ou unidos por peças especiais. Por fim, são instaladas as chapas de gesso nos espaços delimitados pela estrutura do forro.

Forro de Gesso Convencional

Primeiro, é feita a marcação dos furos para pendurar as placas na laje, para evitar furações desnecessárias. Uma vez que os pontos estiverem definidos, é feita a furação, colocando as buchas e os ganchos parafusáveis. Prossegue-se com a marcação do nível do forro nas paredes.

É feita a instalação de um perfil de gesso acima do nível do forro, evitando que este encoste à alvenaria e que ocorram fissuras. Dessa forma, o forro fica suspenso. As demais placas apoiam-se nas anteriores, sendo necessário fazer apenas uma dupla de furos em cada uma delas.

Prende-se um arame galvanizado no gancho preso à laje, passando-o pelos furos da placa de gesso e enrolando-o sobre si mesmo até obter o nível desejado para a placa. Após acertado o nível, passa-se para a instalação da próxima placa.

Após a instalação de algumas placas encaixadas, são feitas as emendas da parte superior das placas. Assim, segue-se sucessivamente até a conclusão do forro. Após a secagem, é feita a lixação e então é aplicada a pintura.

Preço

Em uma simulação feita no site ObraMax, o m² do gesso convencional é de R$ 19,00 em média, com uma placa de 60cm x 60cm à R$ 6,85. Já o m² do gesso acartonado, para o tipo Standard, fica em torno R$ 12,50, para uma chapa de 1,20 x 1,80 m à R$ 26,99. Ou seja, o m² da chapa de drywall é 65% mais barato que o m² de gesso comum.

Entretanto, devemos considerar o sistema como um todo. Isso porque o sistema de gesso acartonado ainda leva perfis metálicos, conexões, tirantes, fitas especiais e parafusos, além da mão de obra especializada, que agregaa um custo muito maior. Em contrapartida, o gesso convencional apenas demanda o arame de suporte e a massa de gesso, e a mão de obra é bem mais barata.

Referências

  • Artigos
  • Normas Técnicas
    • NBR 14715 – Chapas de Gesso Acartonado – Requisitos
    • NBR 15217 – Perfilados de Aço para Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall – Requisitos e Métodos de Ensaio
    • NBR 15575 – Edificações Habitacionais — Desempenho
    • NBR 15758 – Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall – Projeto e Procedimentos Executivos para Montagem
      • Parte 2: Requisitos para Sistemas Usados como Forros