O que é Laje Nervurada?
A laje nervurada é um elemento estrutural que compõe a superestrutura da edificação. É dimensionada no Projeto Estrutural para receber cargas que serão distribuídas para pilares até que sejam dissipadas no solo através da fundação. Também pode ser utilizada para cobertura e base para contrapiso.
Esse tipo de laje é utilizada para superar grandes vãos e geralmente dispensa o uso de vigas. A NBR 6118, define as lajes nervuradas como: “Lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte.”
Sua estrutura é formada através da intersecção entre vigas que formam um tipo de grelha, cujo comportamento se aproxima do existente em lajes maciças. Seu grande diferencial se encontra nos vazios entre as nervuras, que são responsáveis pela redução do peso próprio para melhor aproveitamento do concreto e do aço.
As lajes nervuradas podem ser de concreto armado ou concreto protendido.
Execução a Composição de Laje Nervurada
A execução das lajes nervuradas exige cuidados e necessidades específicas, começando pelo molde das fôrmas. Existem diversas opções no mercado que devem ser escolhidas de acordo com o tipo de projeto e custos envolvidos. As fôrmas podem ser de materiais plásticos, madeira ou metal.
As fôrmas são colocadas lado a lado com o espaçamento definido em projeto, que serão preenchidos com concreto formando as nervuras.
Posteriormente são colocados os vergalhões de aço sobre os espaçadores de fôrma, quando feita em concreto armado, para garantir o cobrimento ideal para proteção do aço, evitando surgimento de patologias construtivas.
Após a preparação das fôrmas e escoramentos, inicia-se a concretagem da laje nervurada. O ideal é que a concretagem seja realizada em uma única etapa, para evitar juntas de concretagem, que podem prejudicar a resistência da estrutura. Se não for possível, as juntas devem ser previstas no projeto em locais cujos esforços de flexão e cisalhamento apresentem valores consideravelmente baixos.
O concreto deve ser então vibrado para o correto adensamento nas fôrmas. A retirada das fôrmas e escoramentos é realizada quando a laje atinge a resistência para desforma prevista no projeto.
Tipos de Laje Nervurada
As lajes nervuradas podem ser tipificadas, além da forma de execução e composição, em função da distribuição de esforço e sua disposição, sendo elas:
Laje Nervurada Unidirecional (LNU)
Os esforços recebidos são distribuídos em uma só direção e as nervuras são dispostas somente no menor vão. Sua indicação de uso é para vãos considerados como pequenos, aproximadamente 5 metros, e lajes em que uma das dimensões é muito maior que a outra.
Laje Nervurada Bidirecional (LNB)
Os esforços recebidos são distribuídos em duas direções. Sua indicação é para lajes de formatos próximos a quadrados e com vãos acima de 5 metros.
Lajes Nervuradas com Capitéis ou Vigas-Faixa
Tendo em vista que regiões de apoio se encontram sujeitas a maiores concentrações de tensões transversais, é necessário adoção de região maciça em volta do pilar, os capitéis, ou faixas maciças em uma ou duas direções, vigas-faixas, para evitar a ruína por punção ou cisalhamento.
Vantagens da Laje Nervurada
A laje nervurada apresenta uma redução significativa no uso de materiais e tempo de obra, e consequentemente da emissão da quantidade de CO2 oriundo da produção de concreto.
O processo de execução é considerado simples, com materiais e equipamentos de fácil manuseio e aplicação; que facilita encontrar mão de obra qualificada para utilização do sistema.
Desvantagens da Laje Nervurada
Devido a espessura resultante em função do comprimento do vão, há a necessidade de um pé direito maior se comparado a estruturas que utilizam lajes maciças, além do maior cuidado quanto à concretagem, em razão da precisão necessária para preenchimento completo de todos os vãos.
Referências
- NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto — Procedimento
- Clímaco, J. C. T. S.. Estruturas de concreto armado: Fundamentos de projeto, dimensionamento e verificação. 2ª edição. Brasilia: UNB, 2008.
