Fôrma para Concreto – O que é, Tipos e Cálculo

O que é Fôrma para Concreto?

A fôrma para concreto é um molde utilizado para possibilitar a concretagem da estrutura de edificações, sendo responsável por definir o formato final dos elementos estruturais e preservar o concreto até que atinja resistência definida no Projeto Estrutural.

Fôrma para Concreto

O sistema de fôrmas possui escoramentos e cimbramentos que auxiliam na estruturação e sustentação das fôrmas para vigas, pilares, lajes e paredes, devendo possuir resistência suficiente para aguentar o peso próprio, peso do concreto e eventuais cargas aplicadas, a fim de garantir a integridade funcional e estética dos elementos.

As fôrmas também devem viabilizar o adensamento do concreto e protegê-lo durante a cura, evitando danos decorrentes do clima, choques físicos e perda de água.

Execução e Cuidados

As dimensões e prumo das fôrmas devem ser verificados após a colocação das armadura e antes do lançamento do concreto, não devendo divergir das dimensões indicadas na Planta de Fôrmas em valores superiores às seguintes tolerâncias:

  • Dimensão das Seções:
    • 5 mm para dimensões menores ou iguais a 60 cm;
    • 7 mm para dimensões entre 60 mm e 120 mm;
    • 10 mm para dimensões entre 120 mm e 250 mm;
    • 0,4% da dimensão para dimensões maiores que 250 mm.
  • Comprimento:
    • 5 mm para comprimento menor ou igual a 3 m;
    • 10 mm para comprimento ente 3 m e 5 m;
    • 15 mm para comprimento entre 5 m e 15 m;
    • 20 mm para comprimento maior que 15 m.

Além disso, deve-se verificar se a superfície interna das fôrmas está livre de detritos e a condição de estanqueidade das juntas, para que não haja perda de pasta ou argamassa. Também é necessário analisar a necessidade de aplicação de desmoldante e tratamento da superfície do elemento, principalmente quando há intenção de utilizar acabamento em concreto aparente.

Tipos de Fôrmas

A escolha da fôrma a ser utilizada deve levar em consideração a complexidade da obra, materiais disponíveis e análise de custos, considerando a montagem, desmontagem e possibilidade de reutilização, que variam de acordo com o material.

Abaixo são apresentados os principais tipos de fôrmas para concretagem utilizados na construção civil.

Fôrma de Madeira

As fôrmas de madeira são as mais utilizadas em obras de pequeno a médio porte, em virtude da concretagem ser realizada uma única vez e apresentar baixa complexidade de uso. A madeira mais usual é a pinus, disponível no mercado com 3 variações, sendo classificadas como qualidade 1, qualidade 2 e qualidade 3.

A madeira pinus de qualidade 1 é considerada excelente, a ponto do seu uso não ser recomendado para fôrmas, mas sim para móveis e acabamentos de alto padrão.

Fôrma de Madeira

A madeira pinus com qualidade 2 é a mais indicada para utilizar como fôrma, visto que sua resistência é suficiente e apresenta um custo menor que a de qualidade 1. A qualidade 3 não é recomendada, em razão de sua fragilidade e grande chance de ruptura.

Outras madeiras menos utilizadas e disponibilizadas no mercado são: madeira serrada, chapa de madeira compensada e madeira resinada. As madeiras serradas são muito utilizadas como escoramento e devem ser rigorosamente limitadas pela tolerância de cada classe.

Todas as madeiras citadas possuem em média 30 utilizações, dependendo das características da própria madeira e das condições da concretagem.

Fôrma de Aço

As fôrmas de aço são extremamente indicadas quando há necessidade de uma obra ágil e eficiente; sua elevada resistência e método de montagem resultam em um altíssima precisão. Sua maior desvantagem diz respeito ao seu custo elevado para obras de médio e baixo porte, fazendo com que seu uso seja restrito para casos de reutilização intensa.

Fôrma de Aço

Geralmente as fôrmas de aço têm toda sua estrutura composta de aço com a face de contato constituída de madeira. O material da superfície interna é responsável pela limitação da quantidade de usos, sendo recomendável a troca do compensado após 50 utilizações.

Fôrma de Papelão

Recomendada para estruturas de formato circular, as fôrmas de papelão são extremamente flexíveis, atendem todos os requisitos necessários e apresentam custo reduzido.

Fôrma de Papelão

Todavia, sua desvantagem diz respeito à sua capacidade de reutilização, que é nula, sendo considerada uma fôrma descartável.

Fôrma de Alumínio

Substitutas das fôrmas de aço, as fôrmas de alumínio são indicadas para construções que demandam de finalização ágil, como por exemplo pequenos edifícios habitacionais. Sua principal diferença em relação às demais refere-se a sua montagem, a qual é feita de forma integral, respeitando apenas os vãos das esquadrias.

Fôrma de Alumínio

Referente à reutilização das fôrmas de alumínio, seu uso pode ser feito de 250 a 1000 vezes, desde que sejam tomados os cuidados necessários para sua conservação.

Como Calcular Quantidade de Fôrma

Antes de adquirir o material, é essencial calcular exatamente a quantidade de fôrma que será necessária para a concretagem de vigas, pilares e lajes. Visto que cada elemento apresenta um método diferente para cálculo da área de fôrma, veja os artigos abaixo para aprender a levantar corretamente o quantitativo de materiais:

É importante lembrar que a disposição das fôrmas deve atender criteriosamente ao dimensionamento do Projeto Estrutural e ao detalhamento indicado na Planta de Fôrmas, visto que o formato e dimensões dos elementos estruturais impactam diretamente na arquitetura da edificação e resistência da estrutura.

Referências

  • Normas Técnicas
    • NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento
    • NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações
    • NBR 14931 – Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento
    • NBR 15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho
      • Parte 1: Requisitos Gerais
      • Parte 2: Requisitos para os Sistemas Estruturais
    • NBR 15696 – Fôrmas e Escoramentos para Estruturas de Concreto — Projeto, Dimensionamento e Procedimentos Executivos